Real Digital: Os impactos do Drex na relação do brasileiro com dinheiro


Drex — nome escolhido para o que ficou conhecido como “Real Digital” — deve chegar à população entre o fim de 2024 e o início de 2025 e ainda gera dúvidas sobre como será seu funcionamento.

Na live “Drex: fatos, fakes e todas as dúvidas sobre a moeda digital“, realizada na última segunda-feira (21), líderes do projeto esclareceram dúvidas colhidas pela autarquia nas redes sociais.

Confira dez perguntas e respostas sobre o projeto, conforme as respostas dadas em live pelo coordenador da iniciativa do Real Digital, Fábio Araújo, e pelo chefe do Escritório de Inovação e Segurança Cibernética do Banco Central, Aristides Cavalcante e demais informações divulgadas sobre o assunto.

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Quando o Drex vai entrar em vigor?

Até 2024, o projeto está em fase de testes, contando com 16 consórcios para participar do projeto-piloto. Eles construirão os sistemas a serem acoplados ao Hyperledger Besu e desenvolverão os produtos financeiros e as soluções tecnológicas.

Banco Central (BC) informou que a primeira fase do Drex está com atraso de três meses. O cronograma previa o fim da etapa de testes em fevereiro de 2024, no entanto, agora está previsto para maio.

Segundo o coordenador da iniciativa no BC, Fabio Araujo, o atraso se deve a demora na inclusão de participantes e questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Apesar do atraso no cronograma, a estimativa para chegada aos cidadãos permanece a mesma, entre o fim de 2024 e início de 2025.

O Drex é uma moeda mundial?

Não. Como ficou conhecido, trata-se de um “real digital”, ou seja, a moeda brasileira elaborada de maneira mais adequada para transações digitais.

Dessa maneira, o BC planeja que os diversos serviços financeiros utilizados hoje passem a ser realizados de forma mais segura e fácil por meio de carteiras digitais e “contratos inteligentes”.

O Drex vai aposentar o dinheiro físico?

Também não. A proposta do Banco Central é ampliar as possibilidades para lidar com o dinheiro, sendo o Drex um avanço tecnológico neste sentido.

Contudo, quem preferir utilizar a cédula, moeda ou o próprio Pix, assim poderá fazer. Trata-se de uma representação do dinheiro, que pode ser utilizado da maneira mais conveniente para cada um.

“A gente espera que o real digital [Drex] permita que os produtos que hoje já são oferecidos sejam ofertados em maior variedade e direto na necessidade da pessoa, conversando com Open Finance para acessar outros serviços e a custos mais baratos”, disse Fabio Araujo, coordenador do Drex no Banco Central executivo em live.

Imagem: Giovani Dressler / Vectonauta / freepik / editado por Jornal Contábil

Transações serão centralizadas no governo?

Não. As transações via Drex seguirão o mesmo padrão das transações do sistema financeiro já aplicadas hoje. Dessa maneira, ocorrerão em um sistema distribuído, com provedores de serviços financeiros.

Ou seja, quem terá as informações dos clientes e transações será o banco, fintech ou instituição de pagamento de preferência do cidadão.

Terá uma plataforma específica para o Drex?

O Drex estará presente dentro do aplicativo do banco ou instituição financeira escolhida pelo cidadão. Sendo assim, não haverá necessidade de baixar um aplicativo específico do Drex para sua utilização, bastando o da instituição.

O Drex pode valer mais que o real?

Não, pois se trata de uma representação do Real em outra plataforma. Importante destacar que não é uma criptomoeda, dessa maneira, não está sujeito à variação de cotação em relação ao real.

Como se dará a interatividade com o Drex?

Os bancos e demais instituições fianceiras estão incumbidos de promover a interatividade com o Drex, por meio de seus aplicativos.

Com o Drex, a ideia é democratizar ferramentas como DLT e smart contracts (contratos inteligentes), que são acessadas apenas por uma pequena parcela da população.

O que garante que o BC não vá centralizar dados e informações?

Conforme apresentado, a Constituição Federal provê essa garantia. Isso porque o objetivo é fomentar a inovação, mas com um respaldo jurídico.

O Banco Central não tem o poder de bloquear contas, apenas a Justiça detém poder de demandar aos bancos, às instituições financeiras, o bloqueio de bens e de contas, e isso se aplica ao Drex.

O Drex vai ser negociado na Bolsa?

Não. No entanto, há planos de que o contrário ocorra. O Banco Central pretende trazer os ativos na forma digital para serem negociados dentro da plataforma do Drex.

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O que é a Plataforma Drex?

Conforme explica o Banco Central na página dedicada ao Drex, na prática, a Plataforma Drex é um ecossistema de registro distribuído (em inglês Distributed Ledger Technology – DLT), no qual os intermediários financeiros regulados converterão saldos de depósitos à vista e em moeda eletrônica em Drex, para que os seus clientes tenham o acesso a vários serviços financeiros inteligentes.

Assim, o Drex de varejo, ou seja, a versão utilizada pela população, viabilizará o acesso a vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes liquidadas em Drex de atacado, emitido pelo BC dentro da Plataforma Drex.

Fonte: MoneyTimes



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